A Igreja da Glória tem origem numa pequena ermida do século XVII construída em um terreno doado à Irmandade da Glória em 1699 por Cláudio do Amaral Gurgel. Reconstruída a partir de 1714 (outros historiadores datam de 1730), foi inaugurada em 1739. A tradição oral atribui o projeto ao tenente-coronel e engenheiro-militar português José Cardoso Ramalho. O monumento consiste num dos principais e pioneiros exemplares da arquitetura barroca no Brasil, construído em linhas poligonais que desvelam sucessivos chanfros aos volumes e conferem movimento aos tramos do conjunto. A planta da igreja é composta por dois octógonos, o que lhe dá a forma de um "8". Um dos octógonos é ocupado pela nave curva da igreja, enquanto o outro é ocupado pela sacristia. A portada principal é guardada por uma curiosa galilé em U, ensejada pela torre central, que ocupa o plano frontal, à frente do pórtico. Nesta mesma torre vemos uma janela na altura do coro (verga e sobreverga abatidas) e o campanário simples, em arco pleno e de quatro faces, com terminação bulbosa e grimpa. Nos dois chanfros laterais, ainda no tramo da fachada principal, constam as portadas laterais e as janelas do coro, todas em arco e sobreverga abatidos. Esta lógica de distribuição de fenestras no segundo pavimento segue pelas outras seções dos octógonos que compõem a planta da igreja, encimadas por robustos pináculos acima das cimalhas. A pedra utilizada na construção da igreja proveio da Pedreira da Glória, no Morro da Nova Sintra, no bairro do Catete.