Igreja de São Francisco Xavier (Engenho Velho)

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Portada principal do tipo única com frontão triangular na sobreverga e duas portas laterais no tramo da torre. As fenestras do segundo pavimento, alteradas nas sucessivas reformas, consistem atualmente num vitral central com dois nichos laterais simétricos no coro e duas janelas na seção da torre. O frontão é triangular, com escultura da personificação da fé no acrotério. (Nos nichos sobreditos, as representações são da esperança e da misericórdia.) Há duas torres, com campanário, pináculos e terminação bulbosa com cruz nas extremidades. "A história da Igreja de São Francisco Xavier se confunde com a formação da própria Tijuca. Em 1565, após a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, a região do atual bairro da Tijuca foi ocupada por padres jesuítas, que construíram ali sua fazenda e engenho (que ficou conhecido como Engenho Velho). Já a ermida foi construída na década de 1580 e teve a participação do padre José de Anchieta. A homenagem a São Francisco Xavier é, possivelmente, posterior a 1622, ano de canonização do santo. Em julho de 1567, a pedido de Mem de Sá, o Padre José de Anchieta transferiu o Colégio de São Vicente para o Rio de Janeiro e participou da construção desta Igreja que era uma ermida, onde se lê ainda na fachada, palavras do Pe. Anchieta: “Nesta Igreja ensinamos a amar a Deus, a defender a família e a trabalhar pelo Brasil”. Com a expulsão dos jesuítas em 1759 por ordem do Marquês de Pombal, a igreja foi elevada a Curato de São Francisco Xavier. O protagonismo da mesma na vivência religiosa e social da região transformou-a no pólo centralizador, em torno do qual se desenvolveu o Engenho Velho, vindo a originar o bairro da Tijuca. Em 1805, estando a Igreja em ruína, foi iniciada a construção de um novo templo, que ficou pronto em 1815 e dele ainda restam a fachada e as torres decoradas com azulejos, porque o restante já teve reconstruções posteriores. A Igreja teve muitos ilustres freqüentadores, incluindo a Família Imperial, sendo que a Imperatriz D. Teresa Cristina foi a 1ª Provedora da devoção das Sete Dores da Santíssima Virgem, que foi por ela fundada. Outro freqüentador ilustre foi o Duque de Caxias, que morava num palacete na Rua do Andaraí Pequeno (atual Rua Conde de Bonfim), e, em 1869, muito ajudou em uma das reformas por que passou a Igreja. Até hoje, a Missa em homenagem ao Duque de Caxias, mandada celebrar pelo Exército, no Dia do Soldado, 25 de agosto, é realizada nesta igreja. A igreja como se vê atualmente é proveniente da reforma ocorrida em 1928 na gestão de Monsenhor Mac Dowell. Em 1931, ela foi agregada à Basílica de São João Latrão, de Roma, passando a gozar de todas as indulgências e graças espirituais anexas à mesma, condição única na América do Sul, na época recebeu do Papa Pio XI uma relíquia de São Francisco Xavier. Em 1960, a cúpula da Igreja ruiu e uma nova foi construída de concepção semelhante a anterior. Com as obras do Metrô a Igreja ameaçou desabar mas obras de contenção a mantiveram intacta. No interior, há três relíquias de grande valor histórico: a pia batismal mais antiga em uso no Rio – provavelmente de 1627; a imagem de Nossa Senhora das Dores, presente da Imperatriz D. Teresa Cristina em 1880; e um fragmento do osso do braço de São Francisco Xavier, doado pelo Papa Pio XI em 1931, quando a paróquia foi agregada à de São João Latrão (Roma), que é considerada igreja-mãe de todos os templos católicos." Fonte: Templos Católicos do Rio de Janeiro, Orlindo José de Carvalho – Manual, 2009