A planta do edifício, em formato de L, possui elementos volumétricos simétricos nas duas fachadas: a primeira na direção da rua da Glória; a segunda na rua Benjamin Constant. O Palácio São Joaquim, ou Palácio da Mitra Arquiepiscopal, foi construído entre 1912 e 1918, após a demolição de um antigo palacete que havia no local, e foi projeto do arquiteto espanhol Adolpho Morales de Los Ríos - nome importante no processo de modernização urbana da virada do século XX e também autor do Museu Nacional de Belas Artes. Em estilo eclético, consiste numa justaposição de elementos mormente neoclássicos, com ornamentos, sobreposições volumétricas e linhas que evocam o barroco europeu. No primeiro pavimento, vemos a portada principal única com alpendre sustentado por quatro colunas toscanas de fuste liso que alcançam o entablamento com friso composto por métopas e tríglifos intercalados, ladeada por oito janelas com arco pleno e chaveta central, nas quais o vidro ainda possui as iniciais de Cardeal Arcoverde: “CA”. Num segundo plano, há o tramo de interseção com a grande esquina circular, que abriga os salões nobres internos e é culminada com um grande domo. Tal distribuição de volumes e fenestras segue então a mesma disposição na fachada lateral da rua Benjamin Constant, com o adendo que não há o referido alpendre nesta seção. Acima da portada principal há uma grande varanda, com portada monumental encimada por tímpano em vitral na arcada. O conjunto é arrematado por um requintado frontão, sustentado por quatro colunas compósitas com fuste liso, o ano MCMXII no friso do entablamento, empenas e arquitraves com quebras que ensejam dois planos, causando movimento, além de dois anjos que amparam o brasão da Arquidiocese no tímpano. Neste mesmo segundo pavimento, a volumetria e disposição das fenestras segue o padrão do térreo, mas suas sobrevergas são feitas mormente com pequenos frontões, encimados por arranjos de acantos que formam tarjas centrais sem iconografias e volutas. O terreno no qual foi erigido o Palácio São Joaquim havia sido antes local do palacete construído por Manuel Lopes Pereira Baía: Barão e Visconde de Meriti. Tal edifício foi comprado pelo Governo Federal, sendo nele instalada a Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Em 1912, foi demolido e no seu chão vazio se construiu o novo Palácio Arquiepiscopal. Embora o prefeito Pereira Passos tenha reservado um terreno na Av. Rio Branco (à época Av. Central) para a Mitra, esta preferiu trocá-lo pela propriedade do Visconde de Meriti, localizada no bairro da Glória. O Palácio foi construído para ser a residência do primeiro Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, que morou no local de 1918 até a sua morte em 1930. Foi tombado em 23 de agosto de 2005, na administração do prefeito Cesar Maia, junto com outros edifícios nos bairros adjacentes. Decreto 25/2005: http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/apac/anexos/decretos/decreto_25623.pdf