A equipe do Inventário dos Bens Culturais da Arquidiocese do Rio de Janeiro tem realizado um trabalho pioneiro para a preservação da Arte Sacra da Zone Oeste da Capital. Região que recebeu poucas ações dessa natureza ao longo da história, suas igrejas e capelas tem revelado uma grande quantidade de objetos de notável relevância cultural, quer por aspectos históricos (algumas capelas locais foram construídas ainda no período colonial), quer por qualidades artísticas e técnicas. Um dos principais monumentos locais de pouco conhecimento do público em geral, por exemplo, é a Capela de São Pedro, construída inicialmente em meados do século XVIII e tombada pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade – IRPH. Originalmente uma capela de fazenda (“Capela do Senhor Bom Jesus do Amado e Senhora da Conceição do Lameirão”), a data mais antiga referente ao monumento é da venda das terras do Lameirão, que pertenciam aos irmãos Gago – Aleixo Gago do Monte Carmelo; Luiz Gago da Câmara Machado; Francisco Gago do Monte Carmelo, todos os três religiosos – e as venderam para Manuel Suzano em 1743, mas uma capela já subsistia no local. A igreja de São Pedro sofreu os acréscimos que conferem sua volumetria já no decorrer do século XX, quando D. Júlia Campos de Oliveira Ramos adquiriu diversas propriedades e terrenos na região, entre 1910 e 1920. Neste período, a capela foi reformada e São Pedro foi adotado como orago. Com portada única com o relevo com as chaves de São Pedro, apresenta arco abatido e chaveta central, ladeada por dois nichos vazados em arco pleno e chega decorada com um relevo de mãos apertadas. No centro dos nichos, estão São Pedro como apóstolo do lado esquerdo e São Miguel do lado direito. São esculturas em pedra em estilo neogótico e de profunda expressividade e requinte. No segundo tramo horizontal do pórtico, há três janelas na altura do coro, sendo a do meio maior e com chaveta. No segundo capitel do cunhal está a cornija, que faz uma parábola atingindo o tímpano e literalmente achatando o óculo central do frontão triangular, terminado em acrotério. Há duas torres laterais, com porta, janela e campanário simples em sucessão vertical. Há uma estrela em relevo aplicada no entablamento antes da terminação das torres em forma piramidal. Resolução de Tombamento (IRPH): Decreto n° 14.596 de 28/02/96 – DOM de 29/02/96 Tombamento: definitivo.